Nutrição e Saúde 4

PAPEL DA VITAMINA E NO SISTEMA CÁRDIO-VASCULAR

Depois da Coenzima Q-10, do Ácido Oxalacético e da L-Carnitina, creio que o próximo passo para fortalecer nosso sistema cárdio-vascular, defendendo-o do estresse oxidativo e da conseqüente e devastadora inflamação, é voltar nossa atenção a um antioxidante muito importante. Estou falando da vitamina E. Ela é solúvel na gordura, sendo o melhor antioxidante dentro da membrana celular. A vitamina C e o ácido alfalipóico têm a capacidade de regenerar a vitamina E, de modo que esta possa ser reutilizada. Quanto mais antioxidantes, melhor. Nossa meta é ter antioxidantes em número mais do que suficiente para neutralizar os radicais livres que produzimos. Isso só ocorrerá se tivermos um exército completo e equilibrado de antioxidantes disponíveis a todo momento.
A vitamina E é o antioxidante mais importante quando se trata de impedir o processo de espessamento das artérias. O principal motivo para que a vitamina E proporcione tamanha proteção é o fato de ela ser solúvel em lipídios (gordura), o que a torna o antioxidante mais potente dentro da parede da célula. De fato, a vitamina E se incorpora ao colesterol LDL. Quanto mais altos os níveis de vitamina E dentro da membrana celular do colesterol LDL natural, mais este resistirá a ser modificado ou oxidado. Aonde quer que o colesterol LDL natural vá, a vitamina E o acompanhará. É importante compreender que, como mencionei anteriormente, o colesterol LDL não se oxida dentro da própria artéria, se a vitamina C estiver em dia no organismo, mas somente quando atravessa o revestimento fino de células endoteliais e chega ao espaço subendotelial. Os pesquisadores acreditam hoje que o alto conteúdo antioxidante do plasma ou do sangue não permite que essa mudança ocorra na artéria. No espaço subendotelial as células vizinhas oferecem muito menos proteção antioxidante. Se o conteúdo de vitamina E do colesterol LDL natural for alto, ele estará protegido da oxidação, mesmo que passe ao espaço subendotelial. Lembre-se de que os glóbulos brancos monócitos recolhem e liberam colesterol LDL natural, de modo que não ocorre acumulação. Impedir que o colesterol LDL natural seja modificado evita, desde o início, o processo inflamatório.
A vitamina E tem oito vitâmeros. Mas o que é isso? Vitâmeros são pré-vitaminas, ou seja, aquilo que ainda vai ser transformado em vitamina dentro do organismo. Possuem a estrutura de vitaminas, mas ainda não são vitaminas propriamente ditas. Quando fazemos a suplementação, estamos suplementando um vitâmero da vitamina E, que vai assumir o papel da vitamina E dentro do organismo.
Os vitâmeros da vitamina E são o alfa-tocoferol, o beta-tocoferol, o gama-tocoferol, o delta-tocoferol, o alfa-tocotrienol, o beta-tocotrienol, o gama-tocotrienol e o delta-tocotrienol. São, portanto, o grupo dos tocoferois e o grupo dos tocotrienois. Os quatro primeiros são de cadeia saturada e os quatro últimos são de cadeia insaturada. Os de cadeia saturada estão diretamente ligados à prevenção de doenças cárdio-vasculares, enquanto os de cadeia insaturada são mais específicos para a prevenção contra o câncer de mama. O alfa-tocoferol é o vitâmero que tem mais atividade biológica.
Na literatura encontramos ainda uma dupla classificação dos vitâmeros em dextrógiros e levógiros. O vitâmero que é biologicamente ativo, que funciona, é o dextrógiro. A vitamina E de origem levógira não vale nada. Infelizmente, tem muita gente desavisada fazendo uso de vitamina E levógira. Essas pessoas estão jogando dinheiro fora, pois a levógira tem atividade biológica zero.
Fiz essa explanação científica para você entender que a vitamina E, necessária para prevenir e até mesmo reverter doenças cárdio-vasculares, é aquela que deriva do dextrógiro alfa-tocoferol. Se o teu objetivo for fazer prevenção de câncer de mama, por exemplo, então você terá que usar o vitâmero dextrógiro alfa-tocotrienol.
Percebe-se até este ponto o quão importante é a vitamina E para nosso sistema cárdio-vascular. É claro que estou me atendo somente ao sistema cárdio-vascular, mas ela vai muito além disso, beneficiando outras partes importantes de nosso organismo. Sobre estes outros benefícios da vitamina E escreverei no futuro.
Falando em importância da vitamina E, quero registrar aqui que existe um tipo de radical livre chamado Oxigênio Singlet (O2 Singlet), considerado um dos radicais livres mais devastadores do mundo, sendo a vitamina E o único antioxidante capaz de neutralizá-lo.
Portanto, não há como ficar sem a vitamina E no corpo. Mas qual a quantidade necessária para prevenir e reverter doenças cárdio-vasculares e onde a encontramos?
O valor diário de referência da vitamina E é 10 mg (ou 10 UI, que é a mesma coisa), e, em algumas tabelas, chega a até 30 UI. A dieta norte-americana média, por exemplo, contém de 8 UI a 10 UI. De acordo com a literatura médica, não se começa a perceber nenhum benefício à saúde senão com a ingestão de pelo menos 100 UI de vitamina E em suplementação. Esse benefício à saúde parece ser progressivamente maior, até chegar-se a 400 UI ou até mais. A maioria dos médicos que entende de suplementação concordaria que é preciso consumir diariamente pelo menos 400 UI de vitamina E.
Embora a vitamina E seja solúvel em gordura e o seu nível máximo tolerável seja de 1000 UI/dia para pessoas entre 19 e 70 anos de idade, ela tem um fantástico histórico de segurança. Ensaios clínicos de suplementação vitamínica com doses de até 3.200 UI/dia não apresentaram nenhum efeito adverso. Além disso, estudos demonstraram que a vitamina E inibe a agregação de plaquetas e reduz o risco de coágulos sangüíneos, similarmente ao que faz a aspirina. Essa propriedade da vitamina E ajuda a reduzir as doenças do coração. Pesquisadores acreditam que a vitamina E aumenta a eficácia da aspirina em pacientes com doenças cardíacas.
Com base nesses apontamentos, entendo que 500 mg/dia (ou 500 UI/dia, tanto faz) sublinguais vão trazer uma ótima proteção ao sistema cárdio-vascular. Mas não vejo nenhum problema em chegar a 1000 UI/dia, ou até mesmo passar disso. Quanto mais antioxidante, melhor. Vou usar em mim 500 mg/dia sublinguais de dextrógiro alfa-tocoferol (d-alfa-tocoferol), porque sendo sublingual, a absorção é de 100%. Se acaso alguém decidir não usar a sublingual, eu recomendo os 1000 mg/dia, uma vez que a absorção será bem inferior, talvez menor do que 500 mg/dia.
O ideal é otimizar os níveis de nutrientes e nutracêuticos em nosso organismo. Os níveis otimizados são aqueles que a literatura médica demonstrou proporcionarem benefícios à saúde. Não se trata dos valores diários de referência, muitas vezes criados por votação entre médicos não especialistas, onde a média dos valores escolhidos é apresentada ao mundo como a quantidade correta. Quando tais nutrientes são combinados e tomados juntamente em suplementação nos níveis otimizados, os resultados são simplesmente impressionantes. A nutrição celular consiste em fornecer às células todos os nutrientes em níveis otimizados. Isso permite que elas decidam do que realmente necessitam ou não. Não preciso me preocupar em descobrir suas deficiências nutricionais. Simplesmente forneço todos os nutrientes importantes em níveis otimizados e deixo que as células façam o seu trabalho. Essa estratégia corrige quaisquer deficiências nutricionais no prazo de poucos meses.
Para você otimizar os níveis de vitamina E, atingindo os 500 mg/dia, que é a quantidade que vou consumir, você tem dois caminhos: a alimentação ou a suplementação. Particularmente, sou favorável a buscar todos os nutrientes possíveis na alimentação e suplementar os que não conseguirmos nos alimentos. Mas será que isso é possível com a vitamina E?
Vejamos um exemplo do que você precisa comer por dia para atingir pelo menos 450 mg de vitamina E: 33 brotos de espinafre, 12 quilos de manteiga, 80 abacates médios, 80 mangas, 1 kg de sementes de girassol, 23 xícaras de gérmen de trigo e 1,6 litros de óleo de milho. E aí, consegue? Acho que não dá, não é mesmo?
A solução, ao meu ver, é a suplementação. Se quiser reduzir seus riscos de desenvolver doenças cárdio-vasculares ou melhorar problemas já desenvolvidos, você deve suplementar sua dieta.
Com esta quantidade de vitamina E não há mais motivos para se preocupar com o colesterol, uma vez que o LDL natural não vai mais ser oxidado. Não é mais possível a obstrução das artérias com estas altas quantidades de d-alfa-tocoferol.
A decisão agora é sua. O que é melhor, vitamina E, que impede a obstrução das artérias e é alimento, ou estatinas, que diminuem o colesterol, sem impedir a obstrução da artéria, e é remédio?
Como se pode perceber, a vitamina E realmente previne doenças cárdio-vasculares. Fazendo uso dela, você vai estar criando um problema para a indústria farmacêutica, pois com a prevenção a doença não ocorre e, sem a doença, a indústria farmacêutica e a medicina tradicional perdem bastante sua finalidade. A medicina tradicional e a indústria farmacêutica dependem muito das doenças para obterem lucros.
Você pode ir em qualquer farmácia de manipulação de sua confiança e pedir ao farmacêutico que manipule 500 UI/dia de d-alfa-tocoferol. Ou se preferir, pode comprar clicando no link abaixo.
Em textos futuros, vou discorrer sobre outros antioxidantes, que aliados à vitamina E, criarão sinergias poderosíssimas, as quais trabalharão em nosso favor na construção de um alicerce preventivo de alto nível.
Link para comprar vitamina E:
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REFERÊNCIAS:

1-) J. E. Packer, T. F. Slater & R. L. Willson. Direct Observation Of A Free Radical Interaction Between Vitamin E and Vitamin C. Nature 278, 737 – 738 (19 April 1979).

2-) Eds de Duve, C. & Hayaishi, O. Tocopherol, Oxygen and Biomembranes. Elsevier, Amsterdam, 1978.

3-) Gerald F. Combs, Jr. The Vitamins: Fundamental Aspects In Nutrition And Health. 4st edition. Elsevier, 2012.

4-) Strand, Ray D. What Your Doctor Doesn’t Know About Nutritional Medicine May Be Killing You. Thomas Nelson; 1st edition, 2007.